Astrônomos sinalizam a
existência de um novo planeta no Sistema Solar
Astrônomo que ‘matou’ Plutão vê
sinal de novo planeta no Sistema Solar
Astro seria 10 vezes mais maciço
do que a Terra, com órbita de 15 mil anos.
Alinhamento de objetos além de Netuno seria ‘rastro’ trilhado pelo planeta.
Do G1, em São Paulo
Concepção artística de como
seria o novo planeta. Crédito: Caltech
Uma análise da órbita de objetos
na periferia do Sistema Solar, na zona habitada por Plutão, sugere a existência
de um planeta grande, do tamanho de Netuno, a uma distância até 200 vezes maior
que aquela entre a Terra e o Sol.
Não é a primeira vez que um astrônomo
propõe a existência de um “Planeta X”, mas desta vez a alegação parte de um
cientista altamente prestigiado no meio. Michael Brown, do Caltech, foi o
primeiro a enxergar Sedna, o planeta-anão cuja descoberta culminou no
rebaixamento de Plutão.
Em artigo científico publicado
na edição desta quarta (20) da revista “The Astronomical Journal”, Brown
apresenta os cálculos para sua alegação, realizados com seu colega Konstantin
Batygin.
Segundo a dupla, a presença de
um astro desse porte, com 10 vezes a massa da Terra, é a única maneira sensível
de explicar o alinhamento de objetos observados no cinturão de Kuiper, a zona
de planetas anões e pedregulhos gigantes que orbitam o Sol além de Netuno.
“Posições e planos orbitais dos
objetos são confinados a um espaço restrito, e tal agrupamento possui uma
probabilidade de apenas 0,007% de ocorrer por acaso”, afirmam os cientistas no
trabalho em que defendem a existência do novo astro. “A existência de um
planeta assim explica a presença de objetos como Sedna, de grande periélio.”
Brown já começou a usar o
telescópio japonês Subaru, em Mauna Kea, no Havaí – um dos maiores do mundo –
para tentar procurar o novo astro na zona orbital onde acredita que ele esteja.
Sua órbita completa ao redor do Sol duraria cerca de 15 mil anos.
Por enquanto, esse é o único
grande observatório engajado na busca. Astrônomos que comentaram o novo
trabalho para revistas internacionais como “Science” e “Nature”, porém, afirmam
que as contas apresentadas no artigo são convincentes, e devem desencadear uma
busca pelo novo planeta.
“É uma boa sacada, as
estatísticas são favoráveis, mas é preciso ter muita cautela. A dupla usou seis
objetos apenas e, com esses seis, a margem de confiança das simulações é boa,
mas se forem acrescentados os demais objetos conhecidos, as simulações não
garantem mais a existência de um novo planeta. Pesa também o fato de o satélite
Wise ter procurado pelo tipo de planeta que eles afirmam que existe e não ter
encontrado nada”, avalia Cassio Barbosa, astrônomo e colunista do G1.
“Descobrir esse planeta será um
desafio para a próxima geração de telescópios, talvez nem mesmo o Subaru
consiga ver alguma coisa. Brown tem a obsessão em descobrir um novo planeta.
Que isso não o cegue diante das evidências em contrário apontadas pela
academia. Mas certamente é a pessoa certa para esse trabalho”, afirma.
Mais detalhes no vídeo abaixo em
Inglês (em configurações ligue as legendas automáticas e opte pela tradução
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